Foi antigamente denominada São Salvador do Souto e era a sede do extinto concelho de Souto de Rebordões, integrado também pela freguesia de Santa Maria de Rebordões. Era abadia da apresentação da mitra, segundo o Pe. Carvalho, ou do padroado real, de acordo com a “Estatística Paroquial”. O prior tinha duzentos e cinquenta mil réis de rendimento.
Localizava-se o antigo concelho entre os termos da vila de Ponte de Lima, a freguesia da Correlhã e os coutos de Queijada, Cabaços e Feitosa, e por ser formado somente por estas duas freguesias é que muitos lhe deram o título de Souto. Como se sabe porém, Souto significa também: mata, bosque expeço, mata de castanheiros. Ora realmente observam-se bastantes castanheiros na região e, no passado teriam havido, na freguesia, muitos mais, donde o topónimo Souto poderá advir.
No livro “Inventário Colectivo dos Registros Paroquiais” encontramos a seguinte resenha:
«Freguesia de Rebordões teve como topónimo primitivo “Sauto” ou “Sautum” como se vê nas escrituras, do século XII, em que se encontra referenciada. Pelas Inquirições de D. Afonso II, feitas em 1220, verifica-se que já nessa época se chamava “Sauto de Revordãos” enquadrando-se na Terra de Ponte. Vem mencionada nas Inquirições de 1258, de D. Afonso IlI e, nas de 1290, feitas no reinado de D. Dinis, a par com a de Santa Maria de Rebordões, sem qualquer referência em pormenor. Pertenciam ambas ao julgado de Souto de Rebordões. Em 1320, os rendimentos desta igreja foram avaliados em 150 libras, o que revelava a boa situação económica em que se encontrava. Pertencia nesta época à Terra de Penela. D. Dinis deu-as, pelo ano de 1310, a seu filho bastardo, D. Afonso Sanches.
É natural que tivessem voltado para a Coroa, pois D. João I, por carta de 17 de Agosto de 1432, fez delas mercê a Álvaro Gil Durró, seu escudeiro. Este, por sua vez, vendeu-as a Inês Vasques, criada de D. Filipa de Lencastre e casada com Gil Afonso de Magalhães, senhor da casa de Magalhães, terra da Nóbrega, Morrilhões e Fonte Arcada, que tomou o título de donatário deste concelho. Esta venda foi confirmada, mais tarde, por D. Duarte, por carta dada de Santarém, a 27 de Maio de 1435. A posse das terras ficou nesta família até que acabaram os senhores donatários. Assim, ao casal sucedeu o filho Afonso Rodrigues de Magalhães, que, por não ter descendentes, as doou a seu irmão João de Magalhães, a quem sucedeu o filho, Gil de Magalhães. Esta última doação, de Afonso a seu irmão João, foi confirmada por carta de D. Afonso V, dada em Santarém, a 15 de Fevereiro de 1471. Rendia este senhorio aos seus donatários trinta e três mil réis anuais, que a Câmara do concelho recebia do povo e entregava ao senhor.
No registo da cobrança das “colheitas” dos benefícios eclesiásticos do arcebispado de Braga, efectuado por D. Jorge da Costa, entre os anos de 1489 e 1493, rendia 30 libras, ou seja o correspondente a 2280 réis, em dinheiro com “morturas” e a 66 réis, em dízimas de searas.
D. Manuel I, em 8 de abril de 1514 outorgou ao concelho de Souto de Rebordões um novo foral, que estabeleceu os direitos reais e a chamada “pensão dos tabeliães” que o concelho, designadamente às freguesias de São Salvador de Souto e de Santa Maria de Rebordões, ficava obrigado a pagar ao Rei. Em 1528, no livro dos Benefícios e Comendas, São Salvador do Souto, ainda inserida na Terra de Penela, figura como rendimento de 25 mil réis.
O Padre António Carvalho da Costa descreve a antiga freguesia de São Salvador do Souto, sede do extinto concelho de Souto de Rebordões, como abadia da apresentação da Mitra. Porém, a Estatística Paroquial, de 1862. refere-a como sendo do padroado real.»
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